O lado oposto das competições















Após ler o magnífico livro de Roberto Cardia " Taekwondo Arte Macial e Cultura Coreana " não pude deixar de notar a sua visão sobre as competições ocorridas hoje em dia no taekwondo, e eu realmente concordo e afirmo que tudo isso de fato deixa a arte macial de lado visando mais um esporte lucrativo qualquer, mas a esperança ainda é grande e o Taekwondo estará no coração daqueles que verdadeiramente fazem desta arte macial não só um esporte mas uma filosofia de vida que nos ajuda em muitas coisas como saúde, educação, superação de problemas, incentivo, confiança em si, concentração, fora as boas amizades que fazemos durante os anos de treino.


Parte do Livro Taekwondo Arte Macial e Cultura Coreana


Vivemos em um meio social onde a violência e a fama ganham destaque, a agressividade e a vontade de superar o semelhante estão sempre presente no dia-adia incentivando o ser humano a transgredir sua verdadeira natureza. Nas competições não é diferente, embora se abra espaço para os que são agressivos , também eles recebem a doutrina marcial correta de seus professores nas salas de treino. O ponto é que a ênfase é competitiva e não construtiva no sentido de produzir profissionais qualificados e cidadãos exemplares contribuintes da paz. Ao contrário, formam-se máquinas de combate em academias que, na maioria dos casos, não têm conhecimento marcio-cultural e só pensam na superação do outro, perdendo o verdadeiro teor da Arte Macial.

Da Arte Macial surgiu o esporte, que se tornou uma empresa lucrativa, e por muitas vezes insensível á vida futura dos seus atletas.

Òrgãos coordenadores sustentam-se de taxas anuais de registro de atletas de associações e dos professores afiliados, além das taxas competitivas e dos patrocinadores que se dispõem a divulgar em seus eventos. Taxas de registro nacional de graduação que envolve Dans, por exemplo, aumentam seus valores conforme se obtém um Dan acima. Os certificados de registro internacional são opcionais, mas também são muito caros e cotados por dólar.

Falta acrescentar ainda as altíssimas taxas desses exames presididas pelos mestres que contribuem para um esporte etilizado, onde somente os praticantes de camadas sociais mais elevadas podem obter estas "insígnias". Poucos conseguiram com muito trabalho e sacrifício adquirir os Dans tão sonhados.

Como se não bastasse, os próprios atletas são corpo principal de divulgação, não recebem por este trabalhoe ainda pagam para dar crédito e sustentar o esporte. Estes são os verdadeiros veículos que movimentam a máquina da Arte Macial Taekwondo, embora a intensidade dos valores marciais esteja em declínio.

Não podemos esquecer das pessoas de boa fé que acreditam e vivem pelo e para o esporte - " Um dia vai melhorar " Dizem elas - , ajudam em realizações competitivas, sem ganhar absolutamente nada, se sentem tristes por não conseguirem melhorar o sistema e desistem. Fica no anonimato todo o trabalho realizado.

Os únicos que saem perdendo são os próprios integrantes da classe competitiva, que atinge também os professores e o desenvolvimento do Taekwondo marcial. Em suma, os competidores pagam caro para enriquecer um sistema injusto e egocêntrico, que contribui muitas vezes para o envenenamento do espírito de novos adeptos. A maioria vive a ilusão de ter um bom patrocinador e que deste tirará o seu sustento. São congratulados com medalhas de ferro ou acrílico com dizeres de campeões. São mais que campeões de primeiro lugar: são campeões das distenções, dos hematomas, dos ossos quebrados e da espera do interesse dos dirigentes em proporcionar melhoria do campo profissional.

De Roberto Cardia

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